domingo, 1 de março de 2015

Maravilhas da Engenharia : Canal do Panamá, o gigante que conecta os oceanos!


O Canal do Panamá é um canal marítimo com 81 quilômetros de extensão, localizado no Panamá e é responsável por ligar o Oceano Atlântico com o Oceano Pacífico. A construção do canal teve início em 1880, sendo concluído em 1914,custando 639 milhões de dólares, sendo 55% desse total gasto pelos Estados Unidos e 45% pela França.




História e Construção

Unir o oceano Atlântico ao Pacífico é uma ideia que surgiu no século 16, com a colonização da América espanhola. A descoberta das jazidas de ouro e prata na costa do Pacífico, sobretudo no Peru e no México, aguçou o interesse dos europeus de encontrar uma forma eficaz de transportar toda essa fortuna.  Até então, o acesso à costa do Pacífico só era possível com a circunavegação da América pelo sul, passando pelo estreito de Magalhães. Além da longa distância, os ventos e as fortes correntes marinhas tornavam a viagem um inferno. E os naufrágios, freqüentes.

A tentativa francesa

No final do século 19, Estados Unidos e Inglaterra brigavam por áreas de influência na América Latina. Ficar à margem dessa refrega acabou favorecendo os franceses, que, em 1878, receberam do governo colombiano permissão para abrir e operar por 99 anos um canal navegável no istmo do Panamá.  Os franceses levaram ao Panamá uma enorme infra-estrutura e os mais sofisticados recursos tecnológicos da época. Mas, para quem detinha a experiência de abrir um canal no nível do mar, como ocorrera em Suez, a geografia panamenha foi um inimigo implacável. Entre 1881 e 1888, vendavais e até um terremoto provocaram deslizamentos de terra, alagamentos nas áreas de escavação e destruição de maquinário e de parte da ferrovia.
Epidemias de febre amarela e malária foram responsáveis por altos índices de mortalidade entre os trabalhadores. A corrupção e a má administração da companhia também contribuíram para o que foi chamado pela imprensa da época de “decepção francesa”.

A tentativa americana

Os Estados Unidos adquiriram a concessão do canal em troca de apoio político e militar à independência do Panamá. John Frank Stevens, engenheiro-chefe do canal, apresentou ao então presidente americano, Theodore Roosevelt, um estudo indicando que seria mais econômico um canal por eclusas, o que diminuiria o prazo de construção de 18 para nove anos.
Roosevelt aprovou o plano e ordenou uma verdadeira operação de guerra. Entre os esforços americanos, uma gigantesca campanha sanitária abateu os mosquitos que transmitiam a febre amarela e a malária. Um exército de dedetizadores foi convocado para erradicar as larvas do inseto, pavimentar ruas e trocar poços por aquedutos.
Os Estados Unidos enviaram para a região do canal (território legalmente americano) cerca de 60 mil trabalhadores, entre 1904 e 1914. Desse total, aproximadamente 45 mil eram estrangeiros e 15 mil americanos. Calcula-se que, de 1904 a 1914, morreram nas obras por doenças e acidentes 5 609 trabalhadores, 80% deles antilhanos e cerca de 350 americanos. Somando-se a etapa francesa, o número de mortos ultrapassou a cifra de 25 mil homens.
Em 1911, as eclusas de Pedro Miguel (do lado do Pacífico) estavam terminadas. Dois anos depois, foram concluídas as eclusas de Miraflores (Pacífico) e de Gatún (Atlântico). No dia 15 de agosto de 1914, após quase um ano de testes, o pequeno barco Ancón realizou a primeira travessia oficial do canal. Estava aberta à navegação mundial uma das mais impressionantes obras de engenharia do século 20.

Como é feita a travessia

Antes da existência do canal do Panamá, os navios que queriam ir do Atlântico ao Pacífico tinham que dar a volta no continente sul-americano, conforme ilustra a imagem abaixo. Após a construção, a rota realizada por navios americanos, europeus e asiáticos foi diminuída drasticamente.






Antes de o navio iniciar a travessia, o prático (piloto habilitado a navegar no canal, por conhecer a rota e os locais de passagem), sobe a bordo e assume o comando da embarcação. O navio é conectado ao rebocador que realiza as operações de manobra nas águas do canal. A travessia das eclusas é feita com a ajuda das mulas. Essas poderosas locomotivas se movem por trilhos paralelos às eclusas e se conectam aos navios por cabos, cuja regulagem mantém a estabilidade da embarcação e evita choques nas paredes laterais das câmaras. O número de mulas utilizado por travessia varia de quatro a oito, dependendo do tamanho do navio.


Os vídeos abaixo ilustram como é feito o processo de travessia do canal:

https://www.youtube.com/watch?v=1MKMe_X2QLo

https://www.youtube.com/watch?v=1MKMe_X2QLo

Curiosidades da obra

  • A obra custou 639 milhões de dólares, sendo 55% desse total gasto pelos Estados Unidos e 45% pela França
  • Cerca de 80 mil pessoas estiveram envolvidas na realização das obras, sendo 75% na etapa americana e 25% na etapa francesa
  • Mais de 25 mil homens morreram nos 35 anos de construção do canal, o que corresponde a quase duas mortes por dia
  • Todo o cimento utilizado na construção da estrutura foi trazido em navios de Nova York
  • O canal possui aproximadamente 80 quilômetros de extensão e um navio leva, em média, dez horas para cruzá-lo e mais 20 horas entre manobras de aproximação e outros serviços
  • Um navio de grande porte viajando de Nova York a São Francisco economiza 14 580 quilômetros utilizando o Canal do Panamá em vez de circundar a América do Sul
  • Como é cobrado por peso, o maior pedágio pago para atravessar o canal foi de 141 mil dólares, pelo cruzeiro turístico Crown Princess. Já o menor foi de 36 centavos de dólar, pago por Richard Halliburton, que atravessou o trecho a nado em 1928
  • Para construir o canal foram removidas cerca de 300 milhões de metros cúbicos terra, quantidade suficiente para construir uma nova Muralha da China, só que 1 600 quilômetros mais extensa
  • Cruzam o Canal do Panamá, em média, 42 navios por dia, quase 15 mil navios por ano. Por ali passa, atualmente, cerca de 4% do comércio mundial

Fotos :









 
Fontes : 

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/canal-panama-mundo-menor-433711.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_do_Panam%C3%A1

http://natgeotv.com/pt/big-bigger-biggest/galerias/o-canal-do-panama




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